OAB/DF sedia III Congresso de Mediação

A Seccional foi sede, nesta quinta-feira, do III Congresso de Mediação. Organizado pela Comissão Especial de Mediação, o evento teve como objetivo disseminar a mediação para a sociedade em geral. “Trouxemos pessoas renomadas e conhecedora da mediação. Nesse tempo difícil que estamos vivendo, a mediação surge como meio pacificado de resolver litígios sem que haja a judicialização. Queremos a participação ativa de vocês nesses painéis para ouvir, questionar e dialogar. Eventos como este trazem novo alento, nova face à mediação”, disse o presidente da Comissão, Décio Guimarães.

A palestra inaugural do evento foi proferida pela desembargadora Ana Maria Amarantes, segunda vice-presidente do TJDFT. “Que bom esse nosso encontro para falar sobre mediação. Temos o dever de tentar conciliar as partes. Essa previsão, inclusive, já constava do Código Civil de 1973, no inciso IV do artigo 125. Precisamos encontrar alternativas para o excesso de litigiosidade, razão pela qual devemos investir na mediação, na solução pacífica dos conflitos. A solução encontrada entre as partes aumenta o êxito no cumprimento dos acordos, uma vez que não há recursos. A conciliação é a solução do ganha-ganha”, explicou.

A magistrada apresentou aos presentes dados estatísticos sobre a evolução da mediação no TJDFT, com destaque para o nível de satisfação das partes. “Foram as partes envolvidas que construíram a solução. Logo, não há razão para que o acordo não seja cumprido. No geral, saem todos satisfeitos. Litigar é cansativo, afasta o bom humor. A resolução pacífica dos conflitos é mais rápida, menos desgastante. Por isso, precisamos empoderar as partes para que encontrem a melhor solução para o litígio”. Ela concluiu afirmando que o objetivo primordial da mediação é a satisfação das partes.

Na sequência, o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil (IMAB), Adolfo Braga Netto, falou sobre os novos passos da mediação. Segundo ele, a mediação não nasceu com o Poder Judiciário, mas, sim, na década de 90, pela iniciativa privada. “A mediação surgiu como forma de tratar os litígios por meio de novos diálogos, pois, se forem adotados os mesmos rumos com os quais as pessoas estão acostumadas, elas não evoluem”, ponderou.

Braga Netto apresentou as fases da mediação no Brasil. “A mediação tem uma lógica eminentemente contratual, pois ela parte da lógica do aceite das partes”, esclareceu. Ele também apresentou os principais desafios do mediador. “É preciso preservar a essência da mediação, adotar postura de colaboração, ética e buscar sempre a capacitação continuada”.

O evento prossegue durante todo o dia com mais quatro painéis: “Caminhos”, “Temas Empolgantes”, “Importância do Ensino dos Métodos Adequados de Tratamento de Conflitos nas Universidades” e “Novidades do Mercado”.