Violência política contra mulheres é tema de debate no Congresso Nacional

A conselheira Seccional e vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral, Cristiane Britto, representou a OAB/DF no projeto “Quintas Femininas”, na tarde desta terça-feira (7), na Câmara dos Deputados. A iniciativa visa despertar o interesse da sociedade para os principais problemas que permeiam a vida das mulheres brasileiras nas áreas da saúde, direito trabalhista, mulher, mídia, empoderamento e violência doméstica. Nesta semana, o tema foi violência política contra mulheres.

A violência contra a mulher no meio jurídico está cada vez mais presente na medida em que a população feminina ganha espaço e se mostra presente no cenário político brasileiro. De acordo com Cristiane, a agressão contra mulher não acontece somente depois que entra na Casa legislativa. “São muitos desafios que as mulheres enfrentam ainda como candidatas, antes mesmo de serem eleitas. Não é fácil, há muita discriminação e preconceito envolvido desde o curso da campanha”.

Outro ponto abordado no evento foram as Fake News, notícias caluniosas que ganharam outras proporções com a internet. Para Cristiane, o compartilhamento dessas informações falsas é também um tipo de violência contra a mulher. “Durante a campanha eleitoral, temos divulgação de notícias caluniosas contra uma determinada candidata. Isso não deixa de ser uma violência contra a mulher na política brasileira. Não é fácil e há vários obstáculos que as candidatas femininas se submetem por simplesmente serem mulheres”, defendeu.

Como solução para obstaculizar esse tipo de prática contra as mulheres, Cristiane ressaltou a importância de o tema ser cada vez mais debatido e repensado entre a sociedade. “Precisamos criar mecanismos para impedir esse tipo de atitude. Toda prática que inibe, de alguma forma, a participação da mulher na política é violência política contra a mulher. É necessário discutir sobre o tema porque a sociedade parece não enxergar essa vulnerabilidade. Precisamos de uma segurança jurídica urgente porque é uma prática criminosa que deve ser combatida”, defendeu.

Participaram do evento Noelle Silva, mestre em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB); Flávia Birolli, professora e pesquisadora da UnB; Emilia Fernandes, presidente do fórum de mulheres do Mercosul (Brasil); Vanja Andrea Reis dos Santos, presidente da União Brasileira de Mulheres; e Érika Kokay, deputada federal.